domingo, 29 de março de 2009

Falsete

cobriram o meu rosto
de preto!!!
com uma lona quente e
melancólica.
mas porém lembro.
cheio de poesias...
era o meu corpo estirado no chão
ensanguentaram a minha
visão!!!
meus olhos enxergavam tudo avermelhado
e cinza
não sentia nada
dor nem angústia
tudo estava adormecido
meus ossos partidos e dilacerados
em vários lugares
que médico algum
restauraria.
e pino nenhum suportaria.
eles tinham me acertado
em cheio, ao meio
que um lado tinha
caído macio
e do outro errado.
desviaram da inocência
de uma criança.
e acertaram a violência
de dias brutos.
como num canil
de cães traiçoeiros
que abanam seu rabo
para te devorar pelas
costas
e o que importa
não é a selvageria
de todo esse teatro
posto na avenida central
de uma capital
de engarrafamentos...
mas a doçura
de saber que levam
meu sangue,
saio do corpo
mas não me escapa a alma
por entre os dedos
porque seria
insano demais
deixar a riqueza
dessa emoção.